segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A desumanização dos usuários de crack

O Luís nos fez romper o medo, o preconceito, sentar ao lado deles, dialogar, interagir, ouvir. Vimos usuários conscientes, críticos. Pela TV, acompanhando os noticiários, os grandes portais da internet, isso não seria possível (Rodrigo Mesquita de Alencar, sobre sua experiência de conversar com um usuário "anti-social" do crack)
Amigo Rodrigo, também tive esta experiência dias atrás. Foi quando concluí que é necessário ouvirmos  os usuários "anti-sociaiais" do crack. Ficarmos restritos à TV e à internet é como estamos presos à teorias. Dias atrás tive esta experiência. Foi quando vi que eu era bem preconceituoso quanto ao assunto, mesmo acompanhando as postagens no Nassif. Sem a conversa com o "Edu Trevas" meus preconceitos não teriam desabado. É no contato real que nós nos colocamos no lugar do outro. Foi gratificante ficar por mais de uma hora ouvindo o "ET", uma pena que, por não dar-me conta de que seria tão importante,  não gravei a conversa. Lembro-me que ele me disse coisas tais como: O bom do crack é a "lirica" (grupo de usuários) mas, bom mesmo, é ficar de fora, apenas observando, sem usar nada. Hoje não consigo. Perdi tudo. Sou jornalista. Sou também locutor, sei imitar várias vozes (e fez várias vozes, imitou vários personagens, quando vi que ele realmente era locutor).
Este seu texto me fez lembar do ET, eu já havia me esquecido dele, preciso reencontrá-lo. Eu o conhecia de vista há muito tempo, afinal de contas é um destes "loucos de rua",  no entanto ao ouvi-lo vi que não é nada disso, são sim, bastante conscientes quanto a própria realidade que vivenciam, os preconceitos dos quais são vítimas no dia-a-dia. Ele me disse: Eu nunca havia contado isso prá ninguém.  Eu sofro muito por não poder me livrar do crack, uma droga muito barata que termina ficando cara por que você tem que consumir repetidas vezes. Aí você leva a própria camisa para trocar por uma pedra. Depois leva a calça. Por isso ando assim.   Continue lendo >>>>>